Nas últimas semanas, o Brasil acompanha com extrema comoção a destruição que o fogo tem causado na região Centro-oeste do país, sobretudo na área que cobre o Pantanal. De janeiro a setembro, quase 2,5 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, vitimando a fauna silvestre daquele bioma. O Brasil não conta com programas federal e estaduais para o resgate de animais em incêndios florestais e essa iniciativa de salvamento e cuidado acaba ficando nas mãos de voluntários, que se mobilizam para minimizar os efeitos devastadores desse tipo de evento.
Visando contribuir de forma efetiva para salvar os animais atingidos, o UniBH enviou ao Pantanal três membros de seu Grupo de Resgate Animal, composto pelo professor do curso de Medicina Veterinária, Aldair Woyames, e por duas alunas recém formadas pela instituição: Daniele Cristine de Oliveira Freitas e Paloma Ambrosio de Almeida. O Grupo foi convocado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais (CRMV-MG), a pedido do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Mato Grosso (CRMV-MT).
Os voluntários do UniBH ficaram no Pantanal por cerca de 30 dias. O professor e patologista veterinário Aldair Woyames, vice-presidente da Sociedade Mineira de Medicina Veterinária, já atuou em diversas frentes de resgate, como na tragédia de Brumadinho e nas enchentes que atingiram Belo Horizonte e região metropolitana no início deste ano. Sua experiência abriu caminho para o convite feito pelo executivo do Mato Grosso. Daniele e Paloma, que já trabalhavam com Woyames no Grupo de Estudos em Patologia (GEPAT) e no Grupo de Resgate de Animais do UniBH, foram convidadas pelo docente e aceitaram prontamente a missão.
Apesar dos grandes esforços, Woyames destacou que o número de animais resgatados, infelizmente, não foi tão alto, mas que cada ser vivo salvo representa uma vida silvestre recuperada. “Temos muitos óbitos, porém, cada vida valeu muito a pena! Tentamos recuperar esses animais de todas as maneiras possíveis. Estivemos concentrados também em prover alimento e água à fauna sobrevivente, percorrendo toda a rodovia Transpantaneira (MT-060). Além do resgate, realizamos o mapeamento dos locais onde esses animais estavam concentrados”.
Nas últimas semanas de ajuda emergencial, o grupo trabalhou no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari e fez um mapeamento de todas as áreas do parque: aquelas que estão com áreas de queimada, de transição e as que não estão queimadas também. “Colocamos comidas para os animais, fizemos resgates quando encontramos. Os alunos trabalharam comigo de forma intensa, superando as temperaturas muito altas e umidade baixa. E nosso trabalho foi esse, sair todo dia bem cedo para procurar os animais, fazer o mapeamento de onde eles estavam, a distribuição dos alimentos aos que estavam passando por necessidades. Ficamos muito felizes e motivados em poder contribuir com esse projeto, é muito gratificante", ressalta o professor.
De acordo com Breno Mourão, coordenador do curso de Medicina Veterinária do UniBH, a iniciativa da Expedição Pantanal vai ao encontro da responsabilidade social que uma Instituição de Ensino Superior tem para com a sociedade. “Nossa atuação vai além da educação em si, com foco também na inserção social em todos os níveis. Dentro da nossa expertise, tentamos contribuir com a sociedade brasileira no que for possível, com as ferramentas legais necessárias e disponíveis. É um orgulho fazer parte de um trabalho tão significativo, como é o resgate e a recuperação da fauna deste importantíssimo bioma brasileiro, que é o Pantanal”, conclui. A ação do UniBH contou com o aporte do governo mato-grossense, do Corpo de Bombeiros e da Secretária de Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso.
Incêndio no bairro
As queimadas não são um problema que está distante de nós. Uma ação criminosa e irresponsável quase resultou em tragédia no Buritis. Na noite do dia 03 de outubro foi ateado fogo na Mata da Copasa no bairro, que fica próxima à saída para o Anel Rodoviário. Em pouco tempo a chama se alastrou e chegou a atingir o bar Deu Praia, que fica localizado na região. Apesar do grande susto e do corre-corre, felizmente não houve feridos. No bar apenas um quiosque de telhado de piaçava foi atingido pelas chamas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e usou água e abafadores para conter fogo. Através de imagens de câmeras de segurança de um posto de combustíveis que fica na região, a Polícia Civil irá tentar identificar o autor do incêndio.