Durante décadas homens e mulheres convivem com conceitos do tipo “isso é coisa de homem e não de mulher” ou vice-versa. Mas, felizmente, o mundo tem mudado. Se a pessoa gosta do que faz, tem talento, criatividade, amor, deve seguir em frente e não se importar com comentários preconceituosos que ora possa receber. Prova disso, é a grande presença dos homens nas artes. No Atelier Thainá Carneiro, do Buritis, por exemplo, hoje já são mais de 40 alunos homens inscritos nas aulas, que variam entre 22 e 80 anos de idade.
O Atelier Thainá Carneiro existe há pouco mais de 14 anos. Desde o início já contava com a participação de homens, no entanto, um número muito inferior aos dos dias atuais. A quebra de tabus, de preconceitos, foi fundamental para esta mudança. "Já ouvi relatos dos próprios alunos dizendo que não faziam aulas de artes antes por preconceito. Hoje, fazem e estão extremamente felizes", conta Thainá.
Praticar a arte significa cuidar da saúde do cérebro, descansar o corpo, organizar memórias. Nos dias de hoje, de grande acúmulo de estresse, ter este refúgio se torna essencial, diz Thainá. "Arte e música são consideradas uma das sete maravilhas do cérebro. Tenho alunos, grandes empresários, que ficam aqui por três horas e nem percebem. O silêncio do ambiente, bem como a prática da pintura, os relaxam e os deixam preparados para mais um dia de trabalho".
Morador do Buritis, o engenheiro elétrico José Augusto tem 54 anos. Há dois, é aluno nas aulas de pintura do Atelier Thainá Carneiro. Neste período já pintou cinco telas. A cada obra finalizada um misto de felicidade e orgulho. "É algo que sempre gostei, mas nunca parei para fazer. Agora que comecei não paro nunca mais. Estou aprimorando a minha técnica a cada dia e estou até me surpreendendo com os resultados".
José Augusto ressalta o ótimo ambiente que encontra toda vez que vai fazer uma aula de pintura. "Aqui é ótimo, silencioso. Descanso muito o corpo e a mente. Na maioria das aulas tenho a companhia de mulheres e isto não faz a menor a diferença. Eu adoro cada uma das minhas colegas", conclui.