É quase inimaginável, mas o Buritis, com toda a sua infraestrutura e grande densidade demográfica, está convivendo nos últimos tempos com a constante falha no serviço de abastecimento de água. Uma situação que, muitas vezes, leva o cidadão do constrangimento ao desespero. Infelizmente, para acirrar ainda mais os ânimos, as respostas recebidas pela Copasa são as padrões e nada é feito, efetivamente, para solucionar o problema.
Síndico em um edifício da Rua Bartira Mourão, Adilson Veloso diz que, desde 2021, os moradores sofrem com a inconstância no abastecimento de água feito pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais. No entanto, nos últimos meses a situação ficou insustentável.
"Eu já fui várias vezes pessoalmente na Copasa. Entendia as explicações que eram dadas, porém, a situação agora já passou dos limites. De outubro do ano passado a janeiro deste ano, foram 12 pedidos de caminhões-pipa no prédio. Um gasto enorme para os cofres do condomínio".
Adilson garante que está fazendo tudo o que a Copasa lhe solicitou. Além de ter contratado uma empresa de caça vazamentos, realizou obras em todo o sistema de encanamento do prédio. Contudo, está bem claro que o problema é a falha no serviço de abastecimento.
"No meu prédio eu tenho uma senhora acamada, tenho crianças. As pessoas estão sofrendo, com isso os ânimos se acirram e, muitas vezes, acabam por me culpar, uma vez que eu sou o seu representante. Uma situação que gera muito desconforto".
Também síndico em um edifício na Rua Clementino Viana Dotti, Diego Oliveira diz que os moradores estão vivendo cercados de insegurança devido à falta de previsibilidade quanto à suspensão do abastecimento de água na região.
Assim como na maioria dos condomínios do bairro, a solução encontrada para lidar com a falta d’água também tem sido a aquisição de caminhões-pipa, além de tentar conscientizar os moradores a economizarem no consumo. Situações que, infelizmente, acabam gerando indignação a muitos.
"O dia a dia está sendo com bastante transtorno, pois a Copasa não tem avisado todas as intervenções com antecedência e, principalmente, tem causado transtornos financeiros aos condomínios, pois é preciso fazer a aquisição de caminhões-pipa para suprir as necessidades dos moradores. A maioria dos condomínios não possui tanta condição financeira para suprir demandas quase que semanais de falta d’água e aquisição de caminhão-pipa".
De acordo com Diego, muitos síndicos do Buritis já entraram em contato com a Copasa, abriram protocolos, mas sem nenhuma resposta definitva. "Sempre alegam manutenção no sistema. Estamos observando que os problemas aumentaram demasiadamente. Algo necessita ser feito para que a população tenha um serviço de qualidade e previsibilidade para as faltas", indaga.
Resposta de praxe
Em contato com a assessoria da Copasa, a resposta obtida foi praticamente a mesma repassada aos moradores. A companhia explica que, "devido às manutenções em redes de distribuição de água e às paralisações do sistema de bombeamento, em razão da falta de energia elétrica por parte da concessionária responsável, o abastecimento ficou intermitente em algumas partes do bairro".
Contudo, a Copasa prometeu encaminhar profissionais às áreas com maior índice de reclamações, para buscar uma solução definitiva. "A Copasa informa que enviará uma equipe operacional para verificar se há alguma situação pontual que possa estar prejudicando o abastecimento na região e tomar as providências necessárias, caso seja de responsabilidade de companhia".
Mesmo com a promessa, Adilson Veloso garante que irá atrás de indenizações, para que seja minimizado um pouco do transtorno vivido pelos moradores devido à falta do abastecimento de água. "O emocional não se recupera, mas o financeiro eu vou correr atrás. Somente com a contratação de caminhões-pipa foram em torno de R$8 mil", diz.