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COLÉGIO LOYOLA APRESENTA MOSTRA FOTOGRÁFICA ÀS MARGENS


Publicado em 24/06/2019

          “Sentimentos de impunidade e dor”. É assim que a fotógrafa Maria Otávia Rezende descreve sua experiência ao retratar imagens dos sobreviventes dos desastres com as barragens de Fundão e da Mina Córrego do Feijão, em Mariana e Brumadinho, respectivamente. Os registros compõem a exposição “Às Margens”, em cartaz no Passo das Artes, galeria cultural do Colégio Loyola, até o dia 10 de julho.

           A mostra é composta por 46 imagens que retratam “a angústia de personagens reais, marcada nos vestígios deixados pela lama de minério de ferro nas duas localidades mineiras”, segundo a curadora da exposição e professora de Artes do Colégio Loyola, Amanda Lopes. A sensibilidade da artista é claramente exposta nas imagens, com os protagonistas desses desastres: “Em meio à tragédia, destacam-se os olhares desolados dos sobreviventes e os gestos de solidariedade dos bombeiros, que não medem esforços para tentar diminuir parte do sofrimento daquelas pessoas,” finaliza Amanda.

           Maria Otávia Rezende esteve em Mariana três anos após o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015. Naquela época, a artista percebeu um certo clima de angústia ao chegar em Barra Longa, para fazer os registros: “O desastre era uma cicatriz ainda aberta, o ambiente era conflituoso, havia rastros do descaso, as pessoas ainda buscavam respostas. Naquele centro urbano destruído pela lama, onde permanecemos mais tempo, as coisas já eram reconstruídas, mas as pessoas não conseguiam retomar seu modo de vida”, relata Rezende.

            Em Brumadinho, a fotógrafa sentiu novas sensações de dor muito mais latentes, pela proximidade do acontecido, na comunidade próxima à Mina Córrego do Feijão, em janeiro deste ano: “Estivemos lá dez dias após o rompimento. A ferida ainda sangrava. Tudo era silencioso, triste, as pessoas não conseguiam falar sobre o desastre. Ainda estavam com medo e sentiam as perdas”, conclui.

            Maria Otávia Rezende realizou os registros por meio de uma cobertura jornalística à Revista A3, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sobre as expedições de campo dos pesquisadores Miguel Felipe Fernandes e Paulo Henrique Peixoto. A fotógrafa, que é aluna de Artes e Design da referida universidade, afirmou ter a intenção de contar as histórias pelas perspectivas de quem carrega essa dor: “Claro que eu não conseguiria captar todo o sentimento exposto por elas, mas tentei cumprir o meu papel, que é de mediadora entre fotografados e espectadores. Acho que é o modo mais efetivo de comunicar com o mundo”.

Sobre a artista

            Mineira de Faria Lemos, cidade localizada na mesorregião da Zona da Mata, Maria Otávia Rezende enxergava, na fotografia, um universo a ser explorado desde a infância. O interesse por registrar rostos anônimos e cenas cotidianas foi compartilhado com seu pai, Sr. José, mesmo antes de ingressar na UFJF, em 2016.

            Com olhar sensível e estética apurada, a jovem continuou desenvolvendo suas habilidades como fotógrafa no curso de Artes e Design. Desde então, procura contar histórias com luz (como ela mesma define) e, através de suas lentes, registrar fragmentos da realidade, muitas vezes, silenciada.

            Em 2018, Maria Otávia Rezende começou a participar do projeto “A3: jornalismo multimídia em interface com a sociedade”, da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, pelo qual tem explorado o viés do fotojornalismo fazendo a cobertura de eventos e pautas especiais, como a do resultado apresentado na exposição “Às Margens”.

 

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