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BURITIS EXIGE ATENÇÃO ESPECIAL DA PBH


Publicado em 10/02/2020

Buritis exige atenção especial da PBH

            Janeiro de 2020 ficou marcado na história de Belo Horizonte. O mês foi o mais chuvoso, desde que começaram as medições pluviométricas na capital, no longínquo ano de 1910. A força das águas causou inúmeros desastres em várias regiões da cidade e, infelizmente, o nosso Buritis também foi fortemente atingido, especialmente na chuva que caiu no dia 28. Houve deslizamento de terra, várias ruas ficaram destruídas, muros caíram, veículos foram arrastados e prédios invadidos pela água e lama. Felizmente ninguém se feriu, mas as cenas de horror ficarão para sempre marcadas na memória.

            Apesar de o prefeito Alexandre Kalil ter dito que "ninguém esperava o tamanho da catástrofe que aconteceu em Belo Horizonte", o cidadão da capital não pode estar a mercê do tempo. Nunca olhar para o céu e ver as nuvens escuras se formando gerou tanto pavor quanto agora. Grandes obras de contenção das chuvas precisam ser realizadas de forma imediata.

            No Buritis não se pode dizer que o ocorrido foi uma grande surpresa. Quem acompanha de perto o dia a dia do bairro sabe bem onde estão os maiores problemas. Presidente da Associação do Bairro Buritis (ABB), Braulio Lara chegou a lançar um comunicado nas redes sociais alertando os moradores sobre os principais pontos de alagamento do Buritis assim que foi anunciada pela Defesa Civil a previsão das fortes chuvas.

            "A Engenheiro Carlos Goulart, em frente ao Mcdonalds, o encontro da José Rodrigues Pereira com Mário Werneck e o ponto próximo à rotatória da Avenida Aggeo Pio Sobrinho sempre são áreas de preocupação. Os locais costumam ficar totalmente alagados e são pontos com grande fluxo de pessoas e veículos", afirma Bráulio.

            Como representante dos moradores do Buritis, Braulio foi questionado se já havia cobrado uma ação do poder público sobre os problemas do bairro, uma vez que eles são recorrentes. Segundo ele, a ABB já interpelou o município em algumas situações, principalmente a respeito da obra feita na ponte de acesso à Rua Pedro Laborne Tavares, sobre o Córrego do Cercadinho. "Aquela é uma obra subdimensionada. Não precisa ser um expert em engenharia para ver que está errado. Como pode cinco pontos de vazão de água se tornarem apenas um poucos metros depois? Não vai suportar e vai transbordar".

            Além disso, o líder comunitário revela que, graças à pressão da ABB, um empreendimento comercial não foi concretizado na Avenida Engenheiro Carlos Goulart, em virtude do risco que iria colocar aos seus cliente. "Já estava tudo pronto. Ele seria instalado ao lado do Armazém 44, que inclusive teve um de seus contêineres arrastados pela força das chuvas. Se o bar fosse criado estaria em um local em zona de risco ainda maior. O empreendedor ficou furioso conosco, mas não queríamos atrapalhar o negócio de ninguém. Só pensamos na segurança".

            De acordo o Presidente da entidade, a partir de agora a ABB irá iniciar um trabalho de reconstrução do Buritis. A maior preocupação é cobrar do poder público obras que amenizem possíveis deslizamentos de terra. "Ruas estragadas causam transtornos, mas não gera risco à saúde, a não ser que a pessoa se arrisque no meio da correnteza. Os deslizamentos, como o ocorrido na Mário Werneck, é o que mais preocupa. O bairro possui vários pontos que causam temor. Estou montando um dossiê com tudo o que aconteceu no bairro e vou encaminhar às autoridades. O principal é cobrar sempre, principalmente em períodos de seca, para que ninguém esqueça o que aconteceu".

            Nossa reportagem entrou em contato com a Prefeitura, através da coordenadoria da Regional Oeste. Contudo, a Regional informou que um anúncio oficial sobre tudo o que ocorreu no bairro somente será dado ao final do período de chuvas.

Sacudir a poeira

            Quando se fala em prejuízo em virtude das chuvas que caíram no Buritis, logo vem em mente os estragos ocorridos nas quadras de futebol society da RD2 (quadras do Zico). Ao final da tempestade, os campos ficaram completamente cobertos de lama. "Foi um estrago muito grande. Além de termos de reconstruir o gramado ainda perdemos receitas com a paralisação dos horários", explica o empresário Gilson Santana, sem fazer um balanço exato de valores.

            Contudo, se engana quem pensa que o empresário está desiludido e colocando a culpa do ocorrido no poder público. Há 26 anos no Buritis com o seu empreendimento, Gilson garante que nunca havia visto uma chuva como a do dia 28 de janeiro. Tão intensa em um período muito curto. Para ele, o principal é que nenhuma pessoa se feriu. "O que aconteceu foi uma fatalidade. Ninguém está preparado para aquela grande quantidade de água que veio. Felizmente, tiramos todas as pessoas que estavam nos campos, inclusive crianças, antes da invasão da lama. Então, é bola pra frente", ressalta.

            De acordo com Gilson, os trabalhos de reconstrução dos campos iniciaram já no dia seguinte aos estragos e acredita que dentro de um prazo de 15 dias todo o serviço estará normalizado. "Já temos duas quadras em condições de jogo. Inclusive, as escolinhas já estão em atividade".

Equipes nas ruas

            Mas, se as obras para evitar a tragédia não foram realizadas, temos de parabenizar os servidores municipais que não descansaram um minuto sequer para começar a recuperar os prejuízos causados pelas chuvas. Logo na manhã do dia 29 de janeiro, e nos dias que se seguiram, os nossos guerreiros trajados de vermelho e de laranja deram o máximo do seu suor para limpar as ruas e avenidas do Buritis.

Anjo da guarda de BH está no Buritis

            E durante o período das fortes chuvas o Buritis também ficou em foco por uma outra razão. Todo o gabinete da Prefeitura foi transferido para o nosso bairro, mais precisamente para dentro do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH). No "BBB" da nossa capital foi montada uma força-tarefa que uniu diversos órgãos da administração municipal e do Estado para monitorar a evolução climática e atuar da forma mais rápida possível diante dos casos que eram registrados.

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