Quem tem o costume de passar pela Rua Paulo Surette deve ter percebido que a via está um pouco mais bonita e segura. Isto porque, por iniciativa própria, a direção de um condomínio que existe no local decidiu terminar a construção do passeio (lado direito) que a Prefeitura havia deixado inacabado após a obra de revitalização asfáltica no local, realizada no início de 2019. Além disso, fizeram a remoção de pichações que havia nos muros, o que poluía o visual da rua. Uma atitude digna de elogios e que pode servir de exemplo para muitos outros moradores.
Morador na Rua Teresa Mota Valadares, o engenheiro Pedro Silva de Almeida ficou muito satisfeito ao ver as ações na Paulo Surette. Ele tem a plena ciência da responsabilidade do poder público, entretanto diz que, enquanto nada é feito, é fundamental que a população contribua para a melhoria do ambiente onde vive. "Sabemos da responsabilidade dos órgãos competentes mas, infelizmente, eles não têm correspondido às expectativas da população, especialmente aqui no Buritis, um bairro com muitas demandas e quando algumas são atendidas já se passaram mais de dez anos, a exemplo da revitalização asfáltica, iluminação e sinalização da Paulo Surette. A ação do condomínio é um exemplo da má fiscalização, resposta e ausência do poder público, quando o cidadão, incomodado, improvisa e bota a mão na massa".
Apesar da melhora, Pedro diz que a situação da Rua Paulo Surette ainda está muito distante do ideal, especialmente no que se refere à iluminação. "Ela simplesmente não existe. A única luz que existe na via vem de luminárias instaladas de forma improvisada por um comércio local. A escuridão é um prato cheio para a ação de marginais".
Participação
O engenheiro, que fez parte da diretoria da Associação do Bairro Buritis (ABB) na gestão 2014/2016, diz que os afazeres do dia a dia exigem muito das pessoas e, com isso, elas vão deixando seguir a vida e se conformando com as situações. Para ele, as pessoas precisam sair do comodismo, a começar se exercitando na participação coletiva a partir da reunião de condomínio, evoluindo para a associação do bairro, entidades de classe, etc.
"A consciência de exercer a cidadania e contribuir, sem nenhum interesse, precisa de ser desenvolvida no cidadão brasileiro. Isso requer uma mudança de cultura. Na medida do possível, sempre fiz a minha parte desde a adolescência no Grupo de Escoteiros em Governador Valadares", recorda.
Já em relação ao poder público, o morador espera que este "respeite a população, que paga os seus salários através de uma elevada carga tributária, lute por uma sociedade mais justa a partir da redução drástica das benesses atuais que o exercício do cargo público oferece, não participe de atos ilícitos de corrupção e que seja um instrumento da mudança que o país tanto precisa".